quinta-feira, 18 de julho de 2013

Quebra de meus próprios cacos


 Quebra de meus próprios cacos





Felicidade de um dia qualquer,
Festas e receios na mesmo veracidade.
Destroço a vida e os demônios internos,
A tropeços e encanto descontente nas ruas desta cidade,
Onde apenas o medo e a dor são ternos.

Cuspindo na própria indignidade,
De nada poder suprir,
Nada poder mudar.
Sobrevoar as incertezas,
Se derramar fogo adentro.
E não poder mais conter
Nada virá,
Nem eu, nem você.

Das cinco vidas postas em jogo,
Quando a quarta torna-se vício,
A terceira, um desespero.
A segunda receio.
A primeira não mais que morte.

Perder a vida em cláusula distante,
Uma fez frio, agora intolerante.
Uma vez frio, agora não mais que açoito.
Uma vez frio, agora posto a morto.

Desacelerar a vida,
Batalhas esculpidas.
No corpo as próprias feridas,
Na alma, cicatrizes de outras vidas.

Nada poderá alcançar,
Nada poderá voltar.
Nada resultará,
Nada irá mudar.

O que o fogo queima,
O que a mentira persuadi,
O que o medo aclama,
Nada mais que cinzas da própria chama.


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Lobo

sábado, 12 de janeiro de 2013

Fogo e álcool ao café da manhã.

Fogo e álcool ao café da manhã.



Destrua as alegorias da sua mente,
Quão frio e amargo está o seu coração?
Eu construí pontes para os desfiladeiros,
Arranha céus para tocar as estrelas, as suas.

Não diga que o sol não vem esta manhã,
Pois ele sempre está aqui.
E como eu queria que ele realmente sempre estivesse.

Não há pressa,
Nem mesmo tempo, só uma prece me resta.


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Autoria: Leandro Carvalho (Lobo)

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Devão"

Devão"



Máscaras para a face.
Não há como transcrever o que não se pode notar,
Esvazio os pensamentos de um dia flamejante,
Antes rei, agora escravo de suas próprias palavras.

Em esquecimento a circunferência se apaga,
Meu circulo a areia em desenho,
Antes tudo brilhava,
Mas, os dias se fecham para sempre.

E eu só espero que esse tom de cinza,
Seja apenas os meus olhos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

caT ciT


caT ciT



Envolvente ao centro
Inupto, rastejante, ébrio.
Núpcias de primavera e verão
Domar a fúria do corpo em um caixão.

Para onde vai o gosto?
De onde sabe que não é gostar.
Incoerente o manuseio dos papéis
Muita força para coisas sensíveis, ansiar.

Viver a ócio e a cigarro, o conto d’ fadas e o amargo.
Entorpecer de sonhos, tragar o medo e a apatia.
Não quer que minha saliva envolva sua boca?
Meu gosto de fel envolver seu paladar refinado e doce.

Eu quero cuspir no prato em que comi,
Cuspir e saciar minha dor
De não querer mais nada para mim,
Não existiria o fim assim.

domingo, 18 de novembro de 2012

V-o-c-ê

V-o-c-ê




Um recado para um coração alado,
Fazer o que quer, fazendo-o como quiser
Quer que eu faça? Ou ao menos embaraça.

Quando sorrir para o vazio, e ele responder carinho
Case-se com o portão, que alimentou seu coração
Alado que este fosse nada mais que um pequeno doce
Manchar o caminho de sangue, um tiro efetuado por uma gangue?

Gangue de amor, invadir o peito e causar dor
Eu não quero viver, para poder mais ver
Eu não quero sentir, seu brilho mais aqui.

A gaveta que guardei um maracujá, azedo, murcho. Pro banho já.
Eu não quero ir, a água não me faz sorrir
Para o banho agora, não tenho tempo, demora.

E por onde pairar, aquilo que irei guardar
Eu só quero você, onde ninguém quis me ter.

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Autoria: Lobo (Leandro)

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Liberdade?

 Liberdade?



Vamos viver por viver,
Deixar o tempo passar,
Vamos ter medo de ter medo
E não de amar.

Eu vejo infinitas memórias,
Mas, eu as quero aqui, agora
Já não basta me afundar em pensamentos.

Vamos correr descalços no campo verde,
Pisar na lama, lambuzar de alegria
Vamos gritar feito loucos,
Uivar para a lua.

Eu não quero mais ficar aqui sentado,
Vendo tudo isso indo embora.
Eu não posso ir embora,
Eu não quero mais agora.

Me deixe ir embora,
Para o lado de fora.

Antes que minha cerveja acabe
E meu cigarro apague.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Ao infinito e antes disso

 Ao infinito e antes disso



Eu atravesso o ponto,
Ponto crucial de meu trajeto
Eu envelheço ao ponto,
De me tornar um objeto.

Estou diante das águas escuras do meu pensamento,
Banho-me de memórias, de palavras inaudíveis
Banho-me em vitórias
De vidas que nunca tive.

Tudo está inapto,
Assim como meu padecer
Por que de onde vem e o que não vem ser
De esperar pelo inesperável.

Tudo se transforma no que já se tem transformado,
Na cadeia de um inventário inventado,
No simples dizer que meu inverno chegará ao fim,

...não há nada mais em mim...

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Autoria: Lobo (Leandro)