terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Devão"

Devão"



Máscaras para a face.
Não há como transcrever o que não se pode notar,
Esvazio os pensamentos de um dia flamejante,
Antes rei, agora escravo de suas próprias palavras.

Em esquecimento a circunferência se apaga,
Meu circulo a areia em desenho,
Antes tudo brilhava,
Mas, os dias se fecham para sempre.

E eu só espero que esse tom de cinza,
Seja apenas os meus olhos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

caT ciT


caT ciT



Envolvente ao centro
Inupto, rastejante, ébrio.
Núpcias de primavera e verão
Domar a fúria do corpo em um caixão.

Para onde vai o gosto?
De onde sabe que não é gostar.
Incoerente o manuseio dos papéis
Muita força para coisas sensíveis, ansiar.

Viver a ócio e a cigarro, o conto d’ fadas e o amargo.
Entorpecer de sonhos, tragar o medo e a apatia.
Não quer que minha saliva envolva sua boca?
Meu gosto de fel envolver seu paladar refinado e doce.

Eu quero cuspir no prato em que comi,
Cuspir e saciar minha dor
De não querer mais nada para mim,
Não existiria o fim assim.

domingo, 18 de novembro de 2012

V-o-c-ê

V-o-c-ê




Um recado para um coração alado,
Fazer o que quer, fazendo-o como quiser
Quer que eu faça? Ou ao menos embaraça.

Quando sorrir para o vazio, e ele responder carinho
Case-se com o portão, que alimentou seu coração
Alado que este fosse nada mais que um pequeno doce
Manchar o caminho de sangue, um tiro efetuado por uma gangue?

Gangue de amor, invadir o peito e causar dor
Eu não quero viver, para poder mais ver
Eu não quero sentir, seu brilho mais aqui.

A gaveta que guardei um maracujá, azedo, murcho. Pro banho já.
Eu não quero ir, a água não me faz sorrir
Para o banho agora, não tenho tempo, demora.

E por onde pairar, aquilo que irei guardar
Eu só quero você, onde ninguém quis me ter.

_____________________________________

Autoria: Lobo (Leandro)

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Liberdade?

 Liberdade?



Vamos viver por viver,
Deixar o tempo passar,
Vamos ter medo de ter medo
E não de amar.

Eu vejo infinitas memórias,
Mas, eu as quero aqui, agora
Já não basta me afundar em pensamentos.

Vamos correr descalços no campo verde,
Pisar na lama, lambuzar de alegria
Vamos gritar feito loucos,
Uivar para a lua.

Eu não quero mais ficar aqui sentado,
Vendo tudo isso indo embora.
Eu não posso ir embora,
Eu não quero mais agora.

Me deixe ir embora,
Para o lado de fora.

Antes que minha cerveja acabe
E meu cigarro apague.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Ao infinito e antes disso

 Ao infinito e antes disso



Eu atravesso o ponto,
Ponto crucial de meu trajeto
Eu envelheço ao ponto,
De me tornar um objeto.

Estou diante das águas escuras do meu pensamento,
Banho-me de memórias, de palavras inaudíveis
Banho-me em vitórias
De vidas que nunca tive.

Tudo está inapto,
Assim como meu padecer
Por que de onde vem e o que não vem ser
De esperar pelo inesperável.

Tudo se transforma no que já se tem transformado,
Na cadeia de um inventário inventado,
No simples dizer que meu inverno chegará ao fim,

...não há nada mais em mim...

____________________________________

Autoria: Lobo (Leandro)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Dilema

Dilema
 
 

Talvez algum dia você entenda,
Minha necessidade de você
Talvez enfim derrame e sinta o que fiz por ti,
Eu não tenho forças para caminhar, mas rastejo.

Eu estou caindo, dia após dia
Mas você não vê
Quem vai apartar minha queda
Quem vai me salvar?

Eu sempre estive sozinho e nunca reclamei,
A não ser às vezes que o vazio soprou meu peito
E...
Eu só quero saber o que vai ter no jantar.
Quem irá sentar a mesa comigo?

Só não deixe a vela apagar,
Pois seria perdição não poder mais te amar.

___________________________________

Autoria: Lobo (Leandro)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cabrum...

Cabrum...



E tudo cai,
Tudo transborda,
Tudo sacia,
Tudo se vai.

Quisera eu poder sonhar mais um dia,
Com coisas que não fossem necessárias
Talvez minha dor se esvaísse correnteza abaixo,
Talvez tudo se apagasse
Num ciclo sem varias, inerte.

Não quero viver em sonhos, basta
Basta...
Basta...
Bastava apenas seu sorriso, para mudar tudo isso.

_________________________

Autoria: Lobo (Leandro)

domingo, 30 de setembro de 2012

Distante do Mar

Distante do Mar 
 

Eu vejo migalhas onde havia fartura,
Vejo morte, onde ainda havia vida
Como pôde se acabar assim?
Sonhos transformados em um seco capim.

Nada mais reluz e nada é ouro,
Nada mais me diz e não há mais nenhum estouro.

Estarei sentado ao pé da árvore cinzenta,
Até que os dias caiam, um após outro
Serei o anúncio das estações finais
A neblina que jamais se dissipará.

Chamarei de lar,
O que a vida me deixou estar
Chamarei de lar,
O que nunca mais será.

Mas, ainda a tenho. Minha amada criança.
 
Autoria: Lobo (Leandro Carvalho)
 


domingo, 26 de agosto de 2012

Acreditar

Acreditar


Só a música pode falar por mim. Só a música pode sentir e me fazer entender. Só a música pode me dar seguraça, estando num mundo distante e frio.

Eu morri a eras, para que fosse desperdado num mundo de medo e dor. A tarefa é mais difícil do que imaginara. Não há para onde correr, e eu não posso desertar.

Acatai o coração, acreditar em si, mergulhar na imensidão do desejo de regredir. Para onde árvores fossem louvadas e não devastadas, para onde rios fossem admirados e não domesticados, para onde pudesse sorrir e lembrar das antigas histórias.

A tarefa só termina, se seu sangue jorrar. Avante, o fim não é agora. E talvez o futuro, possa voltar a ser como nos primórdios.

Acreditar, lutar e assumir. Tudo depende de mim e de você.

Autoria: Lobo (Leandro)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sem.

 Sem.



Mergulho nas areias do destino,
Para onde foi o seu brilho?

Os dias assombram as noites,
O escuro não é mais que descanso aos olhos
Quando tudo se fechar
Não passará de sonhos.

Dilacerado pela vida,
Aos sussurros da morte
Troca-me de poeira por lustre,
Meu féu, pelo mel.

Por onde estar, não sei
Para onde ir, muito menos
Apenas espero o amanhecer
Para que distante dessa vida,
Possa enfim viver.

Tal como tal,
Todas histórias têm o ponto final.

Autoria: Lobo (Leandro)

domingo, 19 de agosto de 2012

...Nem sei

...Nem sei





Transparente como o envelhecer,
Estou perdido num tempo
Onde é viver simplesmente por morrer,
Trancafiado em momentos.

Agora, não mais
De tudo que já não existia
Afundar,
Para que nunca mais possa ver.

E os traços são rústicos,
Sem adornos
Eu afundo para o fim,
Mas o fim não é fundo.

E os dias passam,
Um após outro
Como se nunca parassem
E tudo é do mesmo jeito.

Eu só queria acreditar,
Que eu poderia aceitar
Um outro alguém que não fosse esse
No reflexo do espelho.

Mas, não me importo
Pois já nem tenho mais tempo.

Autoria: Lobo (Leandro)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Um pouco

Um pouco



Por trás das núvens,
Dentro delas,
Por fora a desenhá-las
Em meus olhos vê-las.

Eu estive longe,
Muito longe,
Mas, um pouco mais perto de você
Quando tudo parece errado,
É que está um pouco certo.

Eu nunca estive disposto
E nunca vou estar.
Mas, eu acredito um pouco
Ainda no brilho do seu olhar.

Apenas,
Não deixe minha luz apagar.

Autoria: Lobo (Leandro)

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Não.



Não.


Eu estive muitas vezes disposto
A tentar novamente, acreditar
Quando nada mais se via imperfeito
É que eu queria mudar.

Eu me mantive de cabeça erquida
Mas, minha alma já se abaixava
Eu cai por mil vezes
Dilacerado pela liberdade.

Sou um pássaro fora da gaiola
Livre, mas por passar toda sua vida a esta
Já nem se importa mais em voar
cantar para o vazio, me faz aceitar...

... que a beleza da vida é acreditar e não vivenciar.

Autoria: Lobo (Leandro)

sábado, 28 de julho de 2012

Tão...

Tão...




Não vejo salvação após as núvens,
Não sinto paz em meio aos réus
Decifro desejos inalcançáveis
Daqueles que tentam tocar o céu.

Ninguém estará a lhe esperar,
Ninguém irá curar suas feridas
Todos irão se fechar
Todos irão rir a sua partida.

Não existe orgulho quando se está ao chão,
Não existe força quando se tem razão
Acreditar que tudo irá melhor,
É só uma triste ilusão.

Autoria: Lobo (Leandro)

terça-feira, 24 de julho de 2012

...Não é nada.

...Não é nada.




Tanto tempo para nada,
Repelindo o amargo do cigarro
Com uma xícara de café
Para quê esperanças num mundo sem fé?

Tão longe, tão perto
Eu estou ao seu alcance
Mas, você não se importa em esticar os braços
Você não se importa.

E os dias vão caindo,
Um após outro
Até que tudo se transforma em um imenso bolo
Que ninguém mais irá assoprar suas velas.

Autoria: Lobo (Leandro)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ao vento

Ao vento



Sim, eu tenho medo
Medo de abrir os olhos
Quando estou em paz em meus sonhos
Logo, acordar cedo.

A rotina desgasta,
Como uma batida incansável num tambor
E ela também devasta,
Todo brilho, calor e a minha cor.

Eu tenho estado exaurido,
Eu tenho tido frio.
Afundando em um infinito rio
Como se nunca tivesse sofrido.

Perdido em minhas próprias palavras,
Aprisionado em meu próprio mundo
Eu estou cego e imundo,
E caindo, pois minha vida nem é mais alada.

Autoria: Lobo (Leandro)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Nú...vel

 Nú...vel


Repousa no horizonte as núvens vazias
De tal vosso esplendor,
Diga-me o que fazes com essas vidas
Pelas quais tomou com ardor?

Flutua sorridente,
Para sempre imponente.
Ao atravessar os campos floridos
E a derramar sobre eles alívio.

Quando me deixastes,
Desolado.
Pensastes alguma vez em mim?
Eu estive aqui,
Sempre a esperar por ti.

Fostes embora para nunca mais voltar,
Para onde eu pudesse ver-te,
Mas jamais tocar.

Autoria: Lobo (Leandro)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ser Feliz

Ser feliz




Eu como sei, sabia flutuar
Mas, às vezes o destino levava a outro lugar
Eu pude ser a lua, brilhar com as estrelas
Pude tocar o sol.

Saia dessa vida, disseram eles
Como se eu pudesse
Ou quisesse,
Quem eram eles para me aconselhar?
Quem eram? Seres estranhos de outro lugar.

Eu muitas vezes sorri,
E lembro como é ser feliz
Hoje, uso uma máscara para florir
E injeto felicidade em minhas veias para viver.

Disseram eles... Hmm.
E eu disse,
Ser feliz, é mais do que sorrir
É aceitar que está bem, mesmo não estando
É se alegrar por existir,
Mesmo detestando.

Autoria: Lobo (Leandro)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Você...

Você...

 

Das fontes de outrora
Onde o peito não era amargo
Não existiam horas
E sonhos repletos de afagos.

Eu procurei muitas vezes entender,
Eu procurei aceitar,
Procurei viver
Mas, é impossível mudar.

Eu fecho os olhos esperando que o sono venha
E com ele eu possa sonhar,
Fugir dessa dor
Voltar para meu lar.

Eu posso vencer,
Mas eu não quero
Eu posso mudar,
Mas eu não quero.

Abraço meus sonhos,
Enrijeço meu coração
Mas, olhar em seus olhos
É apatia de toda minha solidão.

E eu quero você,
Espero você...
Mesmo que jamais venha,
E mesmo que não seja mesmo você.

Autoria: Lobo (Leandro)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

De uma hora a outra

De uma hora a outra



Eu devia ter deixado partir
Devia ter deixado morrer
Devia esquecer
Ou ao menos fingir.

Eu vi as sete luzes do céu
Eu senti os nove raios de sol
Eu gozei e chorei
Eu morri e vivi.

Quando as partes do enigma se opuseram
Eu tentei decifrá-las, em vão...
Escolhe-se o caminho,
Mas não para onde irá chegar
Muda-se a vida, mas não o destino
Apenas, aceitar...

Arregasse o medo a estancar
E apenas aguarde o fim chegar.

Autoria: Lobo (Leandro)

Em tal

Em tal



De tempo em tempo
As coisas mudam
Para ajeitar o sentimento
Enquanto a terra é molhada pela chuva.

Quando se faz testemunhos
Da esperança que já fracassa
É como saciar sua vida escassa
É como ferir pedras com seu punho.

Olhe em meus olhos,
Enquanto a vida passa
Meu corpo envelhece,
Mas em meus olhos,
Não há farça
E ao penetrar jamais se esquece.

Defira-me como louco,
Ao ignorar a minha ilúcida razão
De ainda acreditar pouco a pouco
Nisso que guardo no meu coração.

Autoria: Lobo (Leandro)